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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Atividade: Explorando Lendas Indígenas

 1. Leitura da Lenda: A Lenda da Vitória-Régia (resumo adaptado)

Em uma tribo amazônica, havia uma jovem índia chamada Naiá que sonhava em se tornar uma estrela e viver no céu com a lua. Diziam que as moças escolhidas pela lua se transformavam em estrelas. Naiá passou a caminhar sozinha à noite, sempre olhando para o céu. Um dia, ao ver a lua refletida nas águas de um lago, ela acreditou que era um chamado e mergulhou. A lua, com pena da jovem, a transformou em uma linda planta aquática: a vitória-régia, com flores brancas que desabrocham à noite.

2. Interpretação de texto (respostas pessoais e abertas)

a) Quem era Naiá e qual era o seu sonho?
b) O que aconteceu com Naiá no final da história?
c) Qual é a mensagem ou o ensinamento dessa lenda?
d) Você já viu uma vitória-régia? O que achou dessa planta?

3. Criação: Inventando uma lenda

Agora é a sua vez! Use a criatividade para criar uma lenda indígena. Pense em algo da natureza (uma planta, um animal, uma estrela, um rio...) e invente uma história sobre como ele surgiu.

Sugestão de estrutura:

  • Um personagem indígena

  • Um sonho, desejo ou desafio

  • Um elemento mágico ou natural

  • Um final que ensina algo ou explica a origem de algo da natureza

🖍️ 4. Ilustração

Desenhe uma cena da sua lenda ou represente o personagem principal.

📌 Dica para o professor:

Você pode montar um livrinho de lendas da turma, ou fazer uma exposição com os desenhos e lendas no mural da sala ou da escola.


domingo, 6 de abril de 2025

Lendas Indígenas: Sabedoria, magia e tradição

Uma maneira muito interesante de está trabalhando com os alunos datas comemorativas, como o dia do índio é através da leitura de textos, pois a partir da leitura fica muito mais fácil explorar com os alunos vários assuntos, como por exemplo pesquisar as influências indígenas em nossa cultura, na linguagem, na comida e costumes.

As lendas indígenas são histórias contadas de geração em geração pelos povos originários do Brasil. Elas explicam a origem das coisas da natureza, ensinam valores importantes e mostram o quanto os indígenas respeitam o meio ambiente e tudo que vive nele.

Essas histórias são verdadeiros tesouros da nossa cultura e ajudam as crianças (e adultos!) a conhecer um pouco mais sobre os costumes, crenças e tradições dos povos indígenas. Vamos conhecer algumas das lendas mais conhecidas?

  • Veja e leia abaixo algumas lendas indígenas:
  • A Vitória-Régia

Numa das mais lindas plantas aquáticas do mundo, a Vitória Régia (Euryle Amazônica) tem a folha de formato circular e mede até 1,80m de diâmetro. Parecida a uma bandeja, é bastante resistente e pode agüentar um peso de até 45 quilos. De cor verde na parte virada para cima e interna, e purpúrea na sua borda externa e parte inferior, a Vitória Régia vive em lagos, lagoas e rios de águas tranqüilas. Sua flor de cor branca com o centro rosado, alcança até 30 cms.
A Vitória Régia, com toda a sua beleza e exuberância chama a atenção de quantos a vêem, que ficam verdadeiramente extasiados. E tal aconteceu com o botânico inglês Lindlev que, ao contemplá-la, resolveu homenagear a rainha Vitória, da Inglaterra, e deu à planta o nome da soberana inglesa.
Mas, conforme relata Anísio Melo, nossos índios também não ficaram indiferentes à sua beleza e contam uma linda história para justificar-lhe a origem.
As lagoas e os lagos amazônicos são os espelhos naturais da vaidosa Iaci, a lua. As cunhãs (índias) e as caboclas ao vê-la refletida sentiam toda a inspiração para o amor. Ficavam então no alto das colinas esperando pelo aparecimento da lua, e que com o contato de sua luz lhes chegasse o amor redentor e elas pudessem subir ao céu transformadas em estrelas.
Um belo dia... uma linda cabocla, tomada pelo amor, resolveu que era chegado o momento de transformar-se em estrela. E com este intuito subiu à mais alta colina, esperando poder tocar a lua Iaci e assim concretizar o seu desejo. Mas... ao chegar ao cimo da colina viu a lua Iaci refletida na grande lagoa e pensou que estava a banhar-se... Na ânsia de tocar Iaci para realizar o seu sonho de amor, a bela cabocla lançou-se às águas da lagoa... E ao que pensou tocá-la, afundou, sumindo nas águas...
E a lua Iaci, condoída com o infortúnio de tão bela jovem e não podendo satisfazer seu desejo de levá-la para o céu em forma de estrela, transformou-a na bela estrela das águas, a linda planta aquática que é a Vitória Régia... cuja beleza e perfume são inconfundíveis. Dizem que o local onde o fato aconteceu é o lago Espelho da Lua, situado no município de Faro, na região do Baixo Amazonas Paraense...



  • A Mandioca


Mani era o nome da indiazinha de pele branca como o luar que nasceu para um casal de índios tupis. Era muito mimosa e boazinha, mas nada comia e foi definhando até que morreu, silenciosamente, em sua pequenina rede. Seus pais, compungidos, fizeram seu pequeno túmulo no interior, mesmo, da oca onde moravam. Regada a terra com as lágrimas dos pais desolados e com água pura de uma fonte próxima, eis que uma nova planta germina, rachando a terra com suas grossas raízes. Examinando-as, os índios logo perceberam que, por baixo de uma delgada casca, essas raízes eram brancas como a pele da meninazinha desaparecida e forneciam alimento farto e saudável que tornava os curumins que as comiam mais fortes e belos que os das outras tribos!
  • O Guaraná

Um lindo e bondoso menino da tribo dos Maués é atacado, na mata, por Jurupari, espírito do mal, que, assumido a forma de uma serpente peçonhenta, envenena-o , causando sua morte. Tupã, o deus supremo, vinga-se do mau espírito regando abundantemente com suas chuvas o túmulo do indiozinho, de onde germina uma planta benéfica cujos frutos se assemelham aos grandes olhos da criança desaparecida: o guaraná que, desde então, traz saúde e felicidade à tribo.
  • O Rio Amazonas

Tupã, o maior dos deuses, desejava criar o mundo e os homens... mas era impedido pelo Sol, que amava a Lua com amor tão ardente que queimava tudo à sua volta. Tupã não teve pois outro remédio senão separa-los. A Lua, infeliz, chorou copiosamente. Suas lágrimas, tão doces e abundantes que eram, formaram imensa torrente sobre a Terra, separada das águas do mar, assim nascendo o Amazonas.
Muitas outras lendas como estas relatam a origem da noite, das estrelas, da sucuri ou cobra-grande e outros tantos mistérios da natureza que despertavam a imaginação dos índios. A simples observação dessas curiosas narrativas pode ser suficiente para nos dar conta da atitude do indígena perante a natureza, profundamente diferente daquela que Sioli, muito justificadamente aponta como característica deplorável de nossa cultura européia, basicamente helenística, introduzida na América pelos conquistadores. O índio – tal como a maior parte das culturas orientais tradicionais, como a chinesa – considera-se parte integrante da natureza e não seu proprietário. Se ele mata animais para seu sustento, procede parcimoniosamente, não destruindo mais do que pode comer e, sempre, preservando sua reprodução; se derruba a mata para o plantio de suas roças fá-lo, sempre, em áreas restritas, sem remover os tocos remanescentes do desmatamento, de modo que estes, ainda vivos, rebrotem e cresçam novamente quando, três ou quatro anos depois, essa roça é abandonada à procura de novos locais para implantação da aldeia. Nada é definitivo, nenhuma ação modificadora do meio é irreversível. A terra é considerada sagrada pelo índio não apenas por receber seus mortos, mas principalmente por conservar sua vida.


  • A Lenda do Curupira

O Curupira é um ser protetor da floresta, com cabelos vermelhos e os pés virados para trás. Ele confunde caçadores maldosos, deixando pegadas enganosas. Essa lenda nos ensina sobre a importância de proteger a natureza e os animais.


  • A Lenda da Cobra Grande (Boitatá)

O Boitatá é uma cobra de fogo que vive nos rios e protege as matas. Ela aparece para assustar aqueles que destroem a floresta ou causam incêndios. É uma das lendas mais antigas do folclore indígena brasileiro.


Por que trabalhar lendas indígenas com as crianças?

As lendas indígenas ajudam a desenvolver:

  • 🧠 Imaginação e criatividade

  • 🌍 Respeito à natureza

  • 🧡 Valorização da diversidade cultural

  • 📚 Interpretação de texto e produção escrita

Você pode trabalhar essas lendas por meio de dramatizações, ilustrações, recontos, rodas de conversa e até criar versões novas com os alunos!

Dica pedagógica

Depois de contar uma lenda indígena, pergunte:
👉 "O que essa história nos ensina?"
👉 "Você conhece alguma outra lenda?"
👉 "Como seria essa lenda se acontecesse hoje em dia?"


As lendas indígenas são mais do que histórias: são pontes entre o passado e o presente, entre a sabedoria dos povos nativos e o aprendizado das nossas crianças.


Créditos:
Essas e muitas outras lendas estão disponíves no site:

sábado, 16 de maio de 2009

Lenda: A origem do Sol e da Lua

Há muitos e muitos anos, em uma pequena aldeia da costa, viviam um homem e sua mulher. Depois de um longo período, o casal teve dois filhos: um menino e uma menina. Os irmãos se davam muito bem, para alegria dos pais. Um não se separava do outro.
O tempo foi passando e as crianças crescendo. Quando os dois irmãos se tornaram adultos, aconteceu algo surpreendente: eles não paravam de brigar. Os pais dos jovens ficaram tristes e espantados. Não conseguiam entender como os filhos, de uma hora para outra, tornaram-se inimigos.
Na verdade, quem se transformou foi o filho, que tinha inveja da beleza da irmã e por isso vivia a persegui-la. A menina, por sua vez, já estava cansada das implicâncias do irmão e não sabia mais o que fazer para escapar de suas maldades.
Mas um dia ela teve uma idéia:
- Vou fugir para o céu. Só assim escaparei do meu irmão.
A menina então se transformou em Lua.
Quando o rapaz descobriu que a irmã tinha fugido, ficou muito triste e arrependido.
- Se ela foi para o céu, eu irei também. Não posso ficar sem a minha irmã.
E foi isso que aconteceu. O rapaz conseguiu ir para o céu, só que em forma de Sol, e não parou de correr atrás da menina. Às vezes, ele a alcança e consegue abraçá-la, causando então um eclipse lunar.


Adaptação livre de Daniele Castro da lenda esquimó, publicada no livro O Cru e o Cozido, de Claude Lévi-Strauss, editado pela Brasiliense. Publicado originalmente em Ciência Hoje das Crianças 41