A Proclamação da República do
Brasil foi decretada em 15 de novembro de 1889, sendo este o momento em que o
regime republicano foi instalado no país, derrubando a monarquia constitucional
parlamentarista do Império e acabando com a soberania de Dom Pedro II,
imperador do Brasil naquele tempo.
A Proclamação da República aconteceu no
Rio de Janeiro, a antiga capital do país, por um grupo de militares liderado
pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que deu um golpe de estado no Império.
Marechal Deodoro da Fonseca instituiu uma
república provisória e se consagrou o primeiro presidente do Brasil. A partir
desse momento, a população poderia eleger os seus governantes, através de voto
direto.
O Brasil era considerado o único país
independente do continente americano que ainda era governado por um imperador.
A independência do país já havia sido conquistada em 7 de setembro de 1822,
através do decreto de D. Pedro I.
Durante a Guerra do Paraguai, os militares
brasileiros acabaram tendo contato com combatentes de outros países, o que os
levou a aprofundar o conhecimento em outros regimes políticos.
Os militares começaram a criar um
interesse muito grande pelo ideal republicano e a Guerra só evidenciou o quanto
suas carreiras eram desvalorizadas, pois não tinham autonomia nenhuma, uma vez
que eram comandados pelo Imperador.
Além disso, o crescimento da classe média
nos grandes centros urbanos do país, fazia com que a população começasse a
sentir uma maior necessidade de intervir de modo mais direto nos assuntos
políticos da nação.
As oposições ao Império também partiram da
igreja, pois este impôs interferências diretas no sistema organizacional do
clero no Brasil, provocando um grande descontentamento nos bispos, padres e
demais membros da Igreja Católica.
Mas, o que salientou e potencializou o
movimento republicano foi a abolição da escravatura, através da Lei Áurea de
1888.
Os grandes proprietários rurais
escravocratas também passaram a se opor ao império, pois não receberam nenhum
tipo de imunização pela perda de posse dos seus escravos. Assim, quase todos os
principais grupos sociais existentes naquela época começavam a partilhar a
vontade de recusar as interferências impostas pelo império e garantir a
liberdade política total.
A
letra do Hino da Proclamação da República foi escrita por Medeiros de
Albuquerque, e a música composta por Leopoldo Miguez.
Hino à Proclamação
à República do Brasil
Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob
a larga amplidão destes céus
Este
canto rebel que o passado
Vem
remir dos mais torpes labéus!
Seja
um hino de glória que fale
De
esperança, de um novo porvir!
Com
visões de triunfos embale
Quem
por ele lutando surgir!
Liberdade!
Liberdade!
Abre
as asas sobre nós!
Das
lutas na tempestade
Dá
que ouçamos tua voz!
Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, ovante, da Pátria no altar!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Se
é mister que de peitos valentes
Haja
sangue em nosso pendão,
Sangue
vivo do herói Tiradentes
Batizou
este audaz pavilhão!
Mensageiros
de paz, paz queremos,
É
de amor nossa força e poder
Mas
da guerra nos transes supremos
Heis
de ver-nos lutar e vencer!
Liberdade!
Liberdade!
Abre
as asas sobre nós!
Das
lutas na tempestade
Dá
que ouçamos tua voz!
Do
Ipiranga é preciso que o brado
Seja
um grito soberbo de fé!
O
Brasil já surgiu libertado,
Sobre
as púrpuras régias de pé.
Eia,
pois, brasileiros avante!
Verdes
louros colhamos louçãos!
Seja
o nosso País triunfante,
Livre
terra de livres irmãos!
Liberdade!
Liberdade!
Abre
as asas sobre nós!
Das
lutas na tempestade
Dá
que ouçamos tua voz!
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